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23/07/2020 | Notícias | ||||||||
Importância da gestão de resíduos. | ||||||||
O país ainda apresenta 10% de déficit em número de municípios atingidos pela coleta de resíduos, principalmente na área rural. Se a coleta melhorou nos últimos anos, a destinação ainda continua ruim: 58,3% do que é coletado é destinado a aterros sanitários (obra de engenharia capaz minimizar impactos ambientais), o restante, é disposto em aterros controlados (que enganam no nome, mas são lixões cobertos), lixões a céu aberto, terrenos baldios, rios, mares, etc. E, estamos enterrando muito material reciclável nesse montante todo. De tudo que é gerado, apenas 31,9% tem potencial de ser reciclado (plástico, vidro, metal e papel). Os demais (51,4%) são orgânicos – passíveis de compostagem – e os 16,7% são “outros” ou rejeitos, aqueles que “não tem jeito”, ou seja, não apresentam outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada. Desse material potencial de ser reciclado, apenas 3,8% é recuperado pelos programas oficias das prefeituras enquanto o restante, 96,2% chega à indústria recicladora por outras fontes: resíduo sólido industrial, pré-consumo, coleta seletiva informal, importação, entre outros caminhos percorridos até a efetiva reciclagem. E é, justamente nesse contexto, que trabalham os catadores de materiais recicláveis. Dependendo do município eles são ou não inseridos dentro dos programas oficiais – e, mesmo sendo, provavelmente, não serão em sua totalidade e nem remunerados pelo serviço que prestam à população. O que permite que milhares continuem autônomos, em suas carroças, carrinhos ou a pé, coletando nos centros urbanos os resíduos recicláveis e vendendo, em sua grande maioria para Ferro-velhos, sucateiros ou intermediários por preços injustos e exploratórios. Não há uma estatística precisa do contingente de catadores no Brasil. São várias fontes que apontam, por exemplo, que haja entre 400 e 800 mil catadores, que pelo menos 1.100 organizações de catadores funcionem no país (cooperativas, associações e grupos), que a renda média é muito variável e que a faixa de escolaridade é baixa. O estudo mais recente, do IPEA, revelou que mais de 380 mil pessoas se declararam catadores em todo território brasileiro e que desses, 41,6% se encontram no Sudeste, e 20% só no estado de São Paulo. Uma população que merece respeito! Nos últimos anos, o país avançou e muito nesse tema. Desde 2010 já temos uma Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010) que traz diversas inovações, entre elas:
Os resíduos estão presentes em todas as cidades, portanto, temos uma longa estrada pela frente! E, apesar das inúmeras tecnologias diferentes desenvolvidas para lidar com os resíduos, a melhor saída (mais econômica) parece estar ligada a mudança de comportamento das pessoas na sua lida com os mesmos sempre pensando nessa hierarquia. E ai, vamos começar? Fonte: Plano Nacional de Resíduos Sólidos, 2011. MINISTERIO DO MEIO AMBIENTE (MMA). |
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